CORRUPÇÃO, NEPOTISMO E RELAÇÕES AMOROSAS: CÂMARA DE GUAPÉ JULGA PEDIDO DE CASSAÇÃO DO PREFEITO NELSON LARA

Foto: Reprodução

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O atual prefeito, Nelson Lara Alves, enfrenta acusações de corrupção, nepotismo e uso indevido de recursos públicos. As alegações vieram à tona após uma denúncia formal apresentada pelos cidadãos Mariel Marley Marra e Thiago Sávio Câmara, levando a uma investigação detalhada pela Câmara Municipal.

Segundo o relatório da investigação, o prefeito é acusado de nomear três de seus amantes para cargos de assessoria sem que eles exercessem efetivamente suas funções públicas, servindo apenas como acompanhantes de luxo nas viagens e eventos particulares do prefeito.

Os nomeados são Júnior Antônio de Jesus Bolivar Seijas, como assessor especial do governo, Luis Guillermo Cova Leon, como superintendente do programa Mais Genética, e Daniel Alves dos Santos, como assessor de comunicação social.

A investigação revelou também o uso indevido do veículo oficial da prefeitura, um Jeep Commander, que era frequentemente utilizado para fins pessoais, incluindo passeios e até viagens a cachoeiras com os assessores nomeados. Transcrições de captações ambientais indicam conversas entre os envolvidos que sugerem relações íntimas e impróprias para o contexto profissional.

Além disso, evidências apontam para a solicitação fraudulenta de diárias de viagem para cobrir despesas pessoais, como a compra de um telefone celular, IPhone, da marca Apple, sem a realização efetiva das viagens pretendidas.

Segundo a denúncia, o caso levanta sérias questões sobre o abuso de poder e a corrupção no nível municipal, destacando o desrespeito aos princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade que devem reger a Administração Pública.

Após quase 90 dias desde o protocolo do pedido de cassação, o relatório final da comissão processante anexado ao processo recomenda a cassação do mandato do prefeito considerando que todos os fatos denunciados estão comprados pelas investigações do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), inclusive por meio de escutas.

O relatório, divulgado pela Câmara Municipal, mostra diálogos gravados por captação de áudio, entre o prefeito e os contratados.

Em uma das gravações, Nelson Lara, diz a Daniel, que ele, como prefeito, pode ter "quantos assessores quiser", ainda que estes não desempenhem qualquer função, já que isso é prerrogativa do cargo público que ele exerce. Na conversa, o acusado ainda diz que levaria um dos assessores para uma viagem, que serviria de manicure, maquiador e cabeleireiro.

Em outro diálogo, Junior relata o interesse em adquirir um aparelho celular iPhone, da marca Apple, mas foi impedido por outra servidora pública: "Como vamos justificar um IPhone para o gabinete?". Posteriormente, Nelson diz: "A gente compra de outra maneira, de outro jeito. É melhor assim. Dá uma diária para você e você compra um [IPhone]".

As diversas captações mostram, possivelmente, ilegalidades na atuação de Nelson como prefeito de Guapé.

O julgamento, que está marcado para a próxima quarta-feira (22) na câmara municipal de Guapé, aconteceria á 13h, mas a pedido do presidente da comissão processante, o vereador Leilamilton Teixeira, foi remarcado para ás 15h.

Se o mandato for cassado, Nelson Lara Alves ficará inelegível por oito anos a partir do dia 1° de janeiro de 2025.