QUASE METADE DAS PESSOAS QUE MORAM SOZINHAS EM PIUMHI TEM MAIS DE 60 ANOS
Em Piumhi, o número de pessoas que vivem sozinhas chama a atenção: são 2.899 moradores nessa condição, sendo que 1.288 têm 60 anos ou mais, o que representa 44,42% desse grupo. Uma dessas pessoas é Marina Alves de Matos, aposentada de 62 anos, natural de Capitólio, que vive sozinha em uma casa na cidade há cerca de dois anos.
Marina se separou em 2016 e, desde então, passou a morar com a neta. "Me separei de um casamento e fui morar com a minha neta em 2016. De 2016 até 2022. Então, minha neta foi estudar em Passos, para cursar faculdade, e achou melhor morar lá. Desde 2022 até agora estou sozinha", conta.
Apesar da mudança na rotina, ela afirma que se adaptou bem à vida solitária. "Eu gosto [de morar sozinha]. Algumas pessoas não gostam de morar sozinhas porque gostam ou precisam de uma companhia para estarem juntas e para compartilharem as coisas", explica.
Marina destaca que o tempo sozinha trouxe uma nova perspectiva sobre sua vida. "Eu estou muito bem sozinha. Não sinto solidão, pelo contrário, eu sinto solitude, o que é diferente. Me dou bem comigo mesma e gosto da maneira como vivo", afirma.
O PERFIL DE QUEM MORA SOZINHO
Os dados refletem uma realidade que se torna cada vez mais comum, especialmente entre os idosos. Segundo especialistas, morar sozinho nem sempre é sinônimo de solidão, como destaca o depoimento de Marina. A escolha pode representar autonomia, independência e momentos de autoconhecimento.
Em Piumhi, a presença significativa de pessoas com 60 anos ou mais que vivem sozinhas reforça a necessidade de políticas públicas voltadas para esse público, especialmente em áreas como saúde, segurança e convivência social.
Enquanto para alguns a companhia é indispensável, para outros, como Marina, morar sozinho é uma oportunidade de viver em paz consigo mesmo. "Solitude", como ela define, pode ser sinônimo de plenitude.