CAFÉ VAI FICAR MAIS CARO OU BARATO EM 2025? ENTENDA EXPECTATIVA DOS PRODUTORES
Produto tradicional no país e querido por boa parte dos brasileiros, o café tem sofrido aumentos de preço devido a uma série de fatores como as mudanças climáticas. Como visto em 2024, a demanda foi maior que a oferta. Mas qual é a expectativa para 2025?
Como o maior produtor e exportador de café do mundo, o Brasil desempenha um papel crucial no mercado global e, por isso, impacta e contribui com esse viés de alta no preço.
De acordo com os dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), o preço médio do café de 1kg em janeiro de 2024 era de R$ 35. Agora, um ano depois, já ultrapassa R$ 48 reais, o que representa um aumento de 38%.
"Um dos principais fatores dessa alta é o clima. As temperaturas extremas atingiram regiões produtoras como o Brasil, que é responsável por 40% de tudo que é consumido de café no mundo", afirma o diretor-Executivo da ABIC, Celírio Inácio.
Além do Brasil, outros países como Vietnã, Colômbia e Indonésia também reduziram drasticamente a produção nos últimos anos.
Segundo o especialista, os estoques globais estão muito baixos desde 2020. Enquanto isso - em proporção inversa - a demanda pelo café segue crescendo cada vez mais.
"Como a recuperação das lavouras afetadas demora tempo, 2025 é um ano de bienalidade baixa (produção baixa) para o café arábica. Por isso, não se espera a recuperação de volume de produção', afirma Inácio. Sendo assim, o preço do grão deve continuar subindo.
Além das mudanças climáticas, o diretor-Executivo da ABIC também destaca como fatores os maiores custos de produção, deixando insumos agrícolas mais caros; aumento nas despesas logísticas devido às guerras pelo mundo e também a desvalorização do real ante o dólar.
"A indústria fica refém dessa situação, e como é a última etapa da cadeia antes do consumidor é forçada a repassar esses preços", pontua Celírio.
Quando o preço pode baixar?
Com o início de 2025 chuvoso, ainda há expectativa de aumento da produção, porém gradativo e não imediato.
"Tudo indica que os preços devem continuar elevados pelo menos até 2026 quando uma recuperação mais consistente na produção pode trazer alivio ao mercado", explica Inácio.