PERITOS DE BH VÃO A CAPITÓLIO PARA APURAR AS CAUSAS DA QUEDA DO PAREDÃO QUE MATOU 10 PESSOAS

Os três peritos criminais irão para o local do acidente na quinta-feira (13). Um deles é especialista em geologia.

Foto: Reprodução

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A Polícia Civil vai mandar, nesta quinta-feira (13), três peritos criminais de Belo Horizonte a Capitólio para apurar as causas da queda do paredão que matou 10 pessoas, no último sábado (8).

Um deles é especialista em geologia.

A previsão é que os profissionais saiam de BH na manhã desta quinta.

Na terça-feira (11), o delegado regional de Passos, Marcos Pimenta, explicou que o trabalho será feito em conjunto com a Marinha, que irá procurar e resgatar os materiais da lancha. Mas a Polícia Civil também segue com as investigações.

"(...) Queremos não procurar culpados, mas exaurir todo e qualquer questionamento sobre o fato interno. Se, por ventura, no final das investigações, a Polícia Civil comprovar que houve algum fato de terceiros, uma ação humana, essa pessoa será responsabilizada", afirmou ao g1 Sul de Minas.

Ainda não se sabe o que provocou o acidente.

O prefeito de Capitólio, Cristiano Geraldo da Silva (Progressista), disse em entrevista coletiva no domingo (9) que nunca havia ocorrido acidente como este e, por isso, não há um estudo ou análise geológica sobre os paredões.

No mesmo dia, o prefeito já tinha anunciado o fechamento do turismo aquático na cidade. Segundo ele, estão fechadas as entradas dos cânions e também do local conhecido como Cascatinha.

Também neste domingo, Furnas Centrais Elétricas divulgou uma nota sobre o acidente. A concessionária lamentou as mortes e disse se solidarizar com as famílias. Furnas esclareceu ainda que "utiliza a água do lago para a geração de energia elétrica e que a fiscalização dos demais usos, incluindo o turismo, competem à Marinha e aos poderes públicos locais".

MP pede prazo de 5 dias

Após instaurar inquérito civil para apurar os fatos ligados à tragédia em Capitólio, o Ministério Público de Minas Gerais expediu ofício ao município solicitando informações no prazo de 5 dias.

Em uma publicação nas redes sociais do órgão, o MPMG informou que "requer esclarecimentos para saber se município dispunha de informações acerca do risco existente para os turistas, tanto na região dos cânions quanto em outros locais, em relação a desabamento de rochas/deslizamentos ou a inundações bruscas/"cabeças d"águas".

O MPMG disse que aguarda informações se existia mapeamento e identificação das áreas consideradas de risco, "especialmente em relação a deslizamentos/desabamentos e inundações bruscas, e plano emergencial em situação de desastre."

As buscas por fragmentos em Capitólio foram suspensas oficialmente na manhã desta terça-feira (11).

Segundo o Corpo de Bombeiros, as buscas feitas por mergulhadores foram interrompidas porque já não estavam sendo encontrados mais fragmentos das vítimas do acidente. Ao todo, 12 mergulhadores e 8 bombeiros trabalharam durante as buscas em Capitólio.

Ainda de acordo com bombeiros, apesar do encerramento das buscas, o Corpo de Bombeiros segue auxiliando nas investigações.

Todos os fragmentos visíveis pelos bombeiros já foram retirados dos cânions.

Vítimas da tragédia

A última vítima do acidente de Capitólio foi identificada no início da tarde desta segunda-feira (10). Ao todo, dez pessoas morreram após o desabamento de rochas no cânions. A décima pessoa a ser identificada é Carmem Pinheiro da Silva, de 43 anos, natural de Cajamar (SP).

Na manhã desta segunda, outras quatro pessoas também foram identificadas: Geovany Teixeira da Silva, de 37 anos; Geovany Gabriel Oliveira da Silva, 14 anos, Thiago Teixeira da Silva Nascimento, 35 anos e o piloto da lancha Rodrigo Alves dos Anjos, 40 anos.

Geovany Teixeira e Geovany Gabriel eram pai e filho. Thiago era primo de Geovany Teixeira. Todas as vítimas do acidente estavam na mesma lancha que tinha o nome de "Jesus", segundo o delegado regional da Polícia Civil, Marcos Pimenta.

Eles estavam hospedados em um rancho em São José da Barra (MG) e eram familiares e amigos. O dono da pousada era proprietário da lancha e também parente das vítimas. O piloto era funcionário dele, de acordo com informações da polícia.