AMOSTRAS DE POEIRA LUNAR DA MISSÃO APOLLO 11 SERÃO LEILOADAS POR MAIS DE R$ 5 MILHÕES

AMOSTRAS DE POEIRA LUNAR DA MISSÃO APOLLO 11 SERÃO LEILOADAS EM NOVA IORQUE (EUA) (BONHAMS / DIVULGAÇÃO)

AMOSTRAS DE POEIRA LUNAR DA MISSÃO APOLLO 11 SERÃO LEILOADAS EM NOVA IORQUE (EUA) (BONHAMS / DIVULGAÇÃO)

Amostras de poeira lunar coletadas pelo astronauta americano Neil Armstrong durante a missão Apollo 11, em 1969, serão leiloadas pela casa leiloeira Bonhams, em Nova Iorque (EUA). Os raros artefatos da história espacial podem ser arrematados por até US$ 1,2 milhão (R$ 5,72 milhões)..

Como mostra a revista americana Vox, a Nasa há muito afirma que é a única proprietária legal das poeiras lunares e passou as últimas décadas envolvida em disputas com pessoas que, de alguma forma, conseguiram colocar as mãos em amostras genuínas do programa Apollo. Normalmente, a agência espacial dos EUA vence essas batalhas. No entanto, o material à venda na Bonhams escapou repetidamente das mãos do governo, e agora não pode ser recuperado.

Desde que as missões Apollo trouxeram as primeiras poeiras lunares, elas se tornaram uma espécie de mercadoria quente. Entre 1969 e 1972, a Nasa coletou cerca de 2,2 mil amostras de rochas, seixos, areia e poeira da lua, a maioria das quais a agência continuou estudando. Mas, segundo a Vox, uma série de fatores, incluindo roubo, deixaram itens nas mãos de particulares e alguns até tentaram vendê-los.

Em 2011, uma investigação levou as autoridades a um estabelecimento em Riverside, na Califórnia (EUA), onde encontraram uma mulher de 74 anos tentando vender um pedaço de pedra lunar que ela alegava ter sido um presente de Neil Armstrong ao marido na década de 1970.

As amostras de poeira lunar que serão leiloadas pela Bonhams foram retiradas de um saco de contingência. A Nasa nunca teve um plano específico para essa bolsa e, muito depois de Armstrong retornar à Terra, ela foi avaliada em US$ 15 e enviada para custódia no museu espacial Cosmosphere, no Kansas (EUA), informa a revista americana. O problema é que o diretor do museu, Max Ary, estava leiloando artefatos que a agência espacial havia cedido à instituição. Quando ele foi preso e condenado, em 2005, foram apreendidos centenas de artefatos espaciais, incluindo o saco de poeira espacial. Em seguida, ironicamente, foram levados a um leilão online pelo governo dos EUA.

A geóloga e entusiasta espacial Nancy Lee Carlson adquiriu a bolsa. Para ter certeza de que o material era legítimo, o enviou à Nasa para análise. Em 2015, quando a agência fez testes na poeira lunar, usou pequenos pedaços de fita de carbono para coletar os vestígios do saco de contenção e, em seguida, prendeu essa fita a uma série de pequenos discos de alumínio. Ela confirmou a veracidade do material e decidiu mantê-lo como propriedade do governo.

Nancy Carlson então acionou a Justiça para reaver as amostras lunares, acusando a Nasa de não apenas danificar a bolsa enquanto a inspecionava, mas também de retirar um pouco da poeira. Segundo a Vox, a agência espacial finalmente devolveu quase todo o material para a geóloga. Agora ela listou os discos cobertos de poeira lunar na Bonhams, que estima que eles podem ser vendidos de US$ 800 mil (cerca de R$ 3,8 milhões) a US$ 1,2 milhão (R$ 5,72 milhões).