SOBREPREÇO E FALTA DE INSUMOS JÁ COMEÇAM A AFETAR PACIENTES DA REDE SUS

Foto: Ilustração

Foto: Ilustração

Itens básicos para o funcionamento de um hospital, como soro e contraste, por exemplo, se tornaram raridade nos últimos dois meses segundo relatam gestores que estão preocupados com a situação nos hospitais em Belo Horizonte. No Hospital da Baleia, o problema tem provocado o adiamento de cirurgias e atraso no início de terapias.

Segundo o superintendente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas), Adelziso Vidal, a situação começou a se agravar em abril e devido a falta de oferta desses produtos, e os reflexos estão sendo sentidos agora com preços muito acima dos praticados normalmente.

"A ausência desses insumos no mercado tem gerado um desabastecimento mais agudo nos hospitais, o que gera também a necessidade da remarcação das consultas. A questão do sobrepreço é muito séria pois os nossos hospitais se dedicam com 75% dos atendimentos pelo SUS, e eu não consigo repassar esse aumento para o meu contratante pois as tabelas estão defasadas há anos", relata Vidal.

No caso do soro, o encarecimento do produto chega a 500%, isso quando os fornecedores possuem o item para envio imediato. O contraste, que também ficou mais caro, afeta diretamente os tratamentos oncológicos, segundo Vidal.

Além do Hospital da Baleia, a Santa Casa de Belo Horizonte também passa pelo mesmo problema. Considerado como o maior hospital 100% de Minas Gerais, a Santa Casa tem atuação de destaque no cenário da saúde no Estado. Só em 2021, a instituição realizou mais de 1,7 milhão de exames, 139 mil consultas, 29 mil internações e mais de 11 mil cirurgias.

Apesar do problema ser geral, a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) disse, em nota, que a situação está normalizada nos hospitais públicos administrados pelo Estado.

Problema é geral

A escassez de insumos e medicamentos é um problema global e é atribuída, em partes, à demanda por exames de imagem reprimidos durante a pandemia do coronavírus, segundo a Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde).

exames de imagem reprimidos durante a pandemia do coronavírus, segundo a Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde).

Em um comunicado emitido na segunda-feira, a CNSaúde alertou que o risco de desabastecimento poderia se agravar nas próximas semanas.