VEREADOR INVESTIGADO POR INJÚRIA RACIAL TEM MANDATO CASSADO EM GUAPÉ

Thiago Sávio Câmara teve o mandato cassado por quebra de decoro em dois processos

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O vereador Thiago Sávio Câmara (PV), que é investigado por injúria racial contra uma companheira de Legislativo, teve o mandato cassado em Guapé (MG). O parlamentar teve o mandato cassado por quebra de decorro e também for fraude (veja mais abaixo) após votação dos vereadores em dois processos contra ele. O caso de possível injúria ainda não foi avaliado pela Câmara Municipal.

As sessões que decidiram pela cassação do agora ex-vereador aconteceram na terça-feira (21) e nesta quarta-feira (22). Nos dois dias, ele foi cassado por seis votos favoráveis e duas ausências, sendo que dois vereadores não participaram.

Com a decisão, Thiago Sávio fica inelegível por oito anos, que começam a ser contados a partir do término da atual legislatura. A suplente do vereador é a advogada Jacenir Souza Miranda, também do PV. Ela já tomou posse na semana passada, pois o agora ex-vereador havia se licenciado para tratamento de saúde.

Processos para cassação

O vereador tinha três processos em aberto e foi cassado em dois deles. O primeiro foi instaurado por denúncia de um cidadão após uma live feita por Thiago nas redes sociais. Ele teria utilizado palavras de baixo calão e sido grosso, o que acarretaria quebra de decorro.

O segundo processo foi instaurado a pedido de outra cidadã, e diz respeito a uma fraude feita na tramitação de um projeto de lei de iniciativa popular. O regimento interno da Câmara exige que as assinaturas sejam colhidas no verso do texto do projeto de lei, sendo que, neste caso, as assinaturas estavam com as costas do papel em branco.

Thiago teria sido orientado a corrigir e, dias depois, o projeto retornou com as mesmas assinaturas com o texto do projeto impresso nas costas. A Câmara enviou o caso para apuração da Polícia Civil, que constatou a fraude, resultando no processo de cassação.

Além dos dois processos já julgados, que terminaram com a cassação dele, há o caso em aberto por decoro parlamentar, devido a falas que teriam culminado em injúria racial contra uma vereadora. Este processo ainda não foi colocado em votação. A comissão da Câmara vai avaliar o caso após a cassação nos outros dois processos.

O ex-vereador foi procurado, mas não atendeu às ligações feitas pela redação.

Inquérito instaurado

Antes da cassação, a Polícia Civil abriu inquérito para investigar se o vereador de Guapé cometeu crime de injúria racial contra a presidente da Câmara Municipal. O caso ocorreu durante a reunião do Legislativo do dia 1º de agosto. A vereadora registrou um boletim de ocorrência.

Durante a sessão, o vereador Thiago Sávio Câmara respondeu a vereadora Elizabete Florêncio (PT) com os dizeres: "Esse discursinho de preta. A senhora não gosta de branco? Qual é o seu problema contra o branco?".

Em entrevista, o vereador Thiago Sávio Câmara falou que a fala teria sido tirada de contexto.

"O que eu quis dizer foi: "presidente, chega de esconder a sua incompetência por trás do seu sexo, por trás da sua cor. Ou seja, por trás do seu estereotipo". O fenótipo da gente não quer dizer absolutamente nada ao nosso respeito. A régua que uso para medir pessoas, é a mesma que uso para melhorar o meu comportamento. Ou seja, uma régua moral", falou o vereador.

Elizabete explicou que foi interrompida enquanto tinha o direito à fala na Tribuna. Segundo a vereadora, não foi a primeira vez que esse tipo de comentário aconteceu enquanto ela falava sobre algo na Câmara.

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