ESTRADAS DE MINAS PIORARAM 311% EM 2022

Foto: Reprodução

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Maior malha rodoviária do Brasil, Minas Gerais teve um aumento de mais de 311% na precariedade de suas estradas em 2022. Nesse período, os motoristas que trafegaram pelas rodovias mineiras tiveram que enfrentar um ponto crítico a cada 40 quilômetros percorridos. Esse cenário, que inclui problemas com buracos grandes, erosões na pista, queda de barreiras ou pontes caídas, foi divulgado ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Para o levantamento, foram percorridos 15.256 quilômetros de estradas pavimentadas e identificados 387 pontos críticos. Comparado com os dados do estudo de 2021, esse indicador representa um aumento de 311,7%, quando foram identificados 94 problemas nas estradas mineiras. "Esse é um número muito elevado para a malha de um só estado.

Rodovias ruins e situações críticas revelam um quadro de grande deficiência", destaca Bruno Batista, diretor-executivo da CNT. Minas Gerais também lidera as ocorrências relacionadas a queda de barreiras no país (123 casos), mas o principal problema do estado é a erosão na pista, que representa 47% das ocorrências. "Isso está relacionado à própria topografia do estado, que é muito montanhoso, e a falta de manutenção das vias, especialmente no período de chuvas", aponta Batista.

Os dados da CNT apontam uma escalada de pontos críticos nas rodovias mineiras nos últimos anos. Os trechos públicos federais foram os que apresentaram maior número de ocorrências de pontos críticos (229) e também a maior densidade, com cerca de quatro casos a cada 100 quilômetros pesquisados. Em 2022, também foram registrados 72 trechos com grandes buracos e 10 pontos estreitos, onde é possível apenas o tráfego de um veículo. "São ocorrências em que há grande comprometimento da segurança ou da fluidez do tráfego naquele local. É uma situação bastante delicada na nossa malha rodoviária, porque dela depende a movimentação de praticamente 90% dos passageiros do Brasil e mais de 60% da carga", destaca Batista.

O baixo investimento na manutenção das rodovias não apenas traz mais problemas como também gastos. Em 2021, a CNT estimou um gasto de R$ 1,88 bilhão nas rodovias brasileiras. No ano seguinte, o montante chegou a R$ 5,2 bilhões. "O investimento muito baixo em rodovias ao longo dos últimos anos está fazendo com que elas cheguem a um limite de durabilidade. Os problemas começam a aparecer e vão ficando cada vez mais graves. Em paralelo a isso, além de ficar mais graves, eles acabam ficando bem mais caros para ser recuperados", aponta.