BEBÊ É ACHADO DESNUTRIDO AO LADO DOS CORPOS TORTURADOS DOS PAIS

Ilustração

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Dois corpos com sinais de tortura foram encontrados, nesta segunda-feira (23), em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo informações da Polícia Militar (PM), um bebê de aproximadamente um ano e quatro meses estava ao lado das vítimas. Os corpos têm sinais de tiros, assim como a casa, que fica no bairro Recanto da Mata.

Segundo a Polícia Militar, a mãe da mulher estava preocupada com a filha, já que não conseguia contato com ela há alguns dias. Quando chegou ao local, ela achou os corpos e a criança desnutrida. O bebê não bebia água há cerca de cinco dias. A mulher tinha 19 anos e o homem tinha 26.

O braço da mulher foi decepado, mas ainda não havia sido localizado. Além disso, o couro cabeludo da jovem foi arrancado e parte do couro cabeludo do homem também foi arrancado.

Segundo a Polícia Militar, o homem morto tem registros por porte ilegal de arma de fogo. Ainda conforme a PM, vizinhos relataram que ele tinha envolvimento com o tráfico de drogas. A motivação do crime ainda está sendo investigada.

Avó cuidará da criança

O bebê ficará sob cuidados da avó materna. O menino está internado no Hospital Municipal 25 de Maio, no centro da cidade. À reportagem, a instituição informou que o bebê está bem, sem detalhar o quadro de saúde.

Segundo um familiar, que não quis se identificar, a avó, abalada, tem dado apoio emocional ao bebê e ficará com a guarda do menino. "Ele não tem mais ninguém. Ele tem alguns parentes de parte de pai em Nova Contagem e em Ribeirão das Neves, mas eles não são próximos", contou.

Motivação do crime

O familiar contou à reportagem que o assassinato ocorreu na noite de quarta-feira (18), quando vizinhos ouviram barulhos de tiro, por volta das 23h. O último contato dele com a mulher morta foi na manhã daquele dia, prosseguiu o familiar.

O parente relatou que o homem assassinado já teve problemas devido a uma casa. Ele teria herdado o imóvel da família e, em meados de 2020, vendido a casa para outra pessoa.

Cinco meses depois, após não receber os valores da venda, ele teria tentado retomar o imóvel à força, mas a casa já havia sido revendida, e os novos donos, que segundo o familiar podem ser traficantes, teriam o expulsado de lá, inclusive o ameaçando com armas.

O familiar contesta, ainda, a versão de vizinhos de que o rapaz morto tinha envolvimento com tráfico de drogas. Segundo ele, a vítima, embora fosse usuária de maconha e cocaína, não vendia. O parente garantiu que há quatro anos o homem havia deixado o passado com a venda de entorpecentes e estava focado em trabalhar.