TRABALHADORES EM SITUAÇÃO ANÁLOGA À ESCRAVIDÃO SÃO RESGATADOS EM CARVOARIA EM CANDEIAS

Foto: Reprodução

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Seis homens em situação análoga à escravidão foram resgatados de uma carvoaria na zona rural de Candeias, na última sexta-feira (17). Dentre os trabalhadores, um seria menor de idade, com apenas 16 anos, e um idoso, com 60 anos. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (20).

O resgate foi realizado em ação conjunta entre Polícia Civil de Minas Gerais e Ministério do Trabalho, tendo ainda o apoio da Polícia Militar.

Investigação

As primeiras informações sobre a situação de trabalhadores da carvoaria chegaram à Delegacia em Candeias. Policiais civis da unidade realizaram levantamentos para a apuração dos fatos e acionaram o Setor de Fiscalização do Ministério do Trabalho. A operação de resgate foi deflagrada em menos de 48h do conhecimento do fato.

Segundo apurado, os trabalhadores foram, em sua maioria, reunidos no Norte de Minas e levados para trabalhar na carvoaria.

No curso das investigações, a Polícia Civil e os auditores fiscais verificaram que as seis pessoas estariam em condições degradantes de trabalho.

"Os trabalhadores tinham metas a serem cumpridas e tinham que trabalhar todos os dias da semana, incluindo sábado e domingo, sem os devidos descansos e sem a remuneração adequada", disse o delegado Hans Baia.

Os trabalhadores resgatados foram encaminhados para um local seguro, com comida e acolhimento da Secretaria de Assistência Social do Município, até que sejam encaminhados para as cidades de origem.

Os responsáveis pela carvoaria foram autuados e multados. Eles também devem pagar indenizações aos trabalhadores resgatados.

Orientação

As autoridades alertam que a população precisa estar atenta e deve denunciar qualquer situação análoga à escravidão que presencie ou tenha conhecimento.

Existe um canal específico para denúncias de trabalho análogo à escravidão: é o Sistema Ipê, disponível pela internet. O denunciante não precisa se identificar, basta acessar o sistema e inserir o maior número possível de informações.

A ideia é que a fiscalização possa, a partir dessas informações do denunciante, analisar se o caso de fato configura trabalho análogo à escravidão e realizar as verificações in loco.