ENGENHEIRA POSTOU FOTO DA OBRA ANTES DE MORRER SOTERRADA EM BH: "AMO O QUE FAÇO'

Juliana Angélica Menezes Veloso, de 30 anos, morta em soterramento no Belvedere - Foto: Redes Sociais / Reprodução

Juliana Angélica Menezes Veloso, de 30 anos, morta em soterramento no Belvedere �- Foto: Redes Sociais / Reprodução

O instagram da engenheira Juliana Angélica Menezes Veloso, de 30 anos, morta em soterramento na obra do supermercado Verdemar, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (17 de outubro), mais parece uma carta de amor ao trabalho. No final do expediente dessa segunda-feira (16), Juliana fez sua última publicação na plataforma, que não poderia ter outro tema. A engenheira postou um story de dentro da obra do supermercado, quando o talude ainda estava de pé.

Por toda a rede social, ficam agora eternizados o orgulho que Juliana sentia do próprio trabalho e o amor a cada parte do processo. "Realizar é mais importante do que sonhar. Amo o que eu faço, que nem sinto que estou trabalhando", escreveu ela em abril deste ano ao compartilhar um trabalho da fachada de uma loja em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Pelos seus relatos, o sonho de ser engenheira veio desde novinha, e nunca deixou de existir. "Desde pequena eu amava brincar de montar casinha, e sigo fazendo isso até hoje", continua publicado em uma legenda de foto. O apoio de amigos e familiares também esteve presente. "Você é maravilhosa, arrasou. Minha engenheira preferida", comentou uma amiga.

Juliana era cristã e adepta à Igreja do Evangelho Quadrangular. Era casada, e não deixa filhos.

Relembre o caso

Quatro pessoas morreram soterradas na obra do supermercado Verdemar, no bairro Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. As vítimas são os operários Roberto Mauro da Silva, de 55 anos, Zacarias Evangelista Fonseca, de 59, e Rafael Pereira Barbosa, de 35, além da engenheira Juliana Angélica Menezes Veloso, de 30. Um outro operário, de 23 anos, também foi soterrado, mas foi socorrido com vida para o Hospital Odilon Behrens, na capital. O estado de saúde dele não foi informado.

As vítimas ficaram soterradas após um talude (plano de terreno inclinado que serve como base de sustentação ao solo) de 3 metros de altura se desprender. A terra que desceu do barranco soterrou e encobriu às vítimas. As causas do acidente vão ser investigadas pela Polícia Civil.