SARGENTO DA PM É CONDENADO POR VAZAR INFORMAÇÕES SOBRE OPERAÇÃO EM FORMIGA

Foto: Ilustração

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Um sargento da Polícia Militar (PM) em Formiga, no Centro-Oeste de Minas, foi condenado pela Justiça a dez anos, quatro meses e 12 dias de reclusão; dois meses e 28 dias de detenção; além do pagamento de 700 dias-multa. A denúncia partiu do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Ele vazou informações sobre uma operação de combate ao tráfico de drogas.

A Justiça Militar julgo procedente a denúncia apresentada pela 2ª Promotoria de Justiça de Formiga, responsável pelo controle externo da atividade policial. Assim, condenando o policial militar pela prática dos crimes de associação para o tráfico de entorpecentes, corrupção qualificada e descumprimento de missão.

De acordo com o promotor de Justiça Ângelo Ansanelli, "apurou-se ainda que o referido militar cometeu crime de descumprimento de missão, colocando em risco a vida de outros policiais militares".

Relembre o caso

Em fevereiro de 2023, a 2ª Promotoria de Justiça e Polícia Militar deflagraram a "Operação Tropa de Elite". O objetivo foi combater a prática dos crimes de corrupção praticados por um sargento da PM. Em julho de 2022, foi constatado que houve vazamento da fase ostensiva da Operação "Snowblind", motivo pelo qual os alvos principais empreenderam fuga e não foi possível realizar a apreensão de substâncias entorpecentes.

A partir de então, o MPMG passou a investigar como teria ocorrido o vazamento com as Polícias Civil e Militar, sendo constatado que um sargento, que é usuário de crack, havia repassado as informações da Operação "Snowblind" para os traficantes de entorpecentes. Em troca das informações, o policial militar recebeu uma pedra de 25g de crack avaliada em R$ 1.300,00.

Com o aprofundamento das investigações, apurou-se que o policial militar era usuário de substâncias entorpecentes e que já havia dado informações sigilosas de outra operação para os traficantes.

Em 2017, quando foi realizada a operação "Alma à Venda", foi constado que o policial militar adquiria drogas para seu uso pessoal, justamente de traficantes para quem ele vazou a Operação "Snowblind".

Após reunir elementos de prova na Operação "Tropa de Elite", o Ministério Público requereu o desarquivamento do Inquérito Policial Militar referente à Operação "Alma à Venda", e prosseguiu com as investigações.

O julgamento do policial militar ocorreu no dia 9 de maio deste ano.

Operação Dingo Bel

Em outro caso, também relacionado ao narcotráfico, o MPMG obteve a condenação de cinco pessoas de uma organização criminosa. Elas foram denunciadas por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. As penas aplicadas pela Justiça variam de três anos e seis meses à 97 anos e seis meses de reclusão.

No dia 20 de maio deste ano o Tribunal de Justiça de Minas Gerais confirmou a sentença proferida pela Vara Criminal de Formiga e julgou procedente os pedidos feitos na denúncia apresentada pelo Ministério Público.

Conforme o promotor de Justiça Ângelo Ansanelli Júnior, "essa foi a maior condenação obtida em face das operações de combate ao narcotráfico realizadas na comarca".