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AGRO

BLOQUEIO DA CHINA A TRÊS EXPORTADORES DOS EUA PODE FAVORECER A SOJA BRASILEIRA


Foto: Ilustração

Em resposta ao tarifaço de 20% imposto pelos Estados Unidos, a China intensificou as retaliações nesta terça-feira (4), suspendendo as licenças de importação de soja de três fornecedores americanos e interrompendo a compra de madeira serrada do seu principal parceiro comercial. A disputa acirra a concorrência pelo abastecimento do maior mercado importador de alimentos do mundo, onde o Brasil pode ampliar sua vantagem.

Especialistas do agronegócio preveem reação imediata do mercado global. Os contratos futuros de commodities como soja, milho e trigo devem registrar novas quedas na Bolsa de Chicago, enquanto o Brasil se consolida como alternativa para atender parte da demanda chinesa. Com a perda de competitividade dos EUA, os preços pagos aos exportadores brasileiros tendem a subir, beneficiando produtores e comerciantes.

Além das tarifas mais altas, a suspensão de três exportadores americanos de soja – CHS Inc., Louis Dreyfus Company Grains Merchandising LLC e EGT – deve restringir ainda mais o fornecimento da oleaginosa para a China. Segundo o departamento de alfândega chinês, as cargas apresentavam problemas nas sementes, enquanto a interrupção das importações de madeira dos EUA foi atribuída à presença de pragas e vermes.

As medidas de Pequim são uma retaliação direta à decisão do presidente Donald Trump de dobrar a tarifa de importação da China de 10% para 20%. No mesmo dia, os EUA também impuseram um tarifaço de 25% sobre importações do Canadá e México, alegando falta de cooperação desses países no combate ao tráfico de drogas sintéticas.

Brasil já tem ampla vantagem sobre os EUA na exportação de soja para a China

O Brasil, maior exportador global de soja, vendeu 69 milhões de toneladas do grão para a China em 2024, totalizando R$ 175 bilhões. As tensões comerciais entre Pequim e Washington fortalecem essa relação, já que o Brasil oferece preços mais competitivos.

Em contrapartida, as exportações americanas de soja para a China somaram ano passado 22,13 milhões de toneladas, queda de 5,7% em relação ao ano anterior. Apesar disso, a China atingiu recorde de 105,03 milhões de toneladas de soja importadas em 2024, volume 6,5% maior do que no ano anterior.



Gazeta do Povo

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