A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) atualizou nesta quinta-feira (13) a estimativa de um novo recorde para a produção de grãos na série histórica. Agora, os agricultores brasileiros devem colher 328,3 milhões de toneladas. Em janeiro, o número esperado era 322,3 milhões.
O número foi atualizado em razão do plantio das culturas de 1ª safra e intensificação dos trabalhos de colheita destes produtos.
Se confirmar, o resultado equivale a um crescimento de 10,3% se comparado com o volume obtido no ciclo anterior, o que representa um acréscimo de 30,6 milhões de toneladas a serem colhidas.
Segundo a Conab, o resultado reflete tanto um aumento na área plantada, estimada em 81,6 milhões de hectares, como em uma recuperação na produtividade média das lavouras, projetada em 4.023 quilos por hectare.
Soja deve ser o grande destaque
Principal produto cultivado na 1ª safra, a soja tem estimativa de produção de 167,4 milhões de toneladas, 13,3% superior à safra passada. Após o início de colheita mais lento, devido a atrasos no plantio e excesso de chuvas em janeiro, a redução das precipitações em fevereiro propiciou um grande avanço na área colhida.
Nesta semana o índice de colheita se encontra em 60,9% da área, superior ao registrado no mesmo período na temporada anterior bem como na média dos últimos 5 anos.
Os rendimentos obtidos até o momento têm superado positivamente as expectativas iniciais em importantes estados produtores, como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
Por outro lado, no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul, a irregularidade e a ausência de precipitações já afetou o potencial produtivo da cultura em quase todo o estado.
A expectativa da Conab é que haja um crescimento da área da 2ª safra do cereal em 1,9%, chegando a aproximadamente 16,75 milhões de hectares. As condições climáticas até o momento são favoráveis e se estima uma recuperação na produtividade média nas lavouras, estimada em 5.703 quilos por hectares. Com isso, a produção apenas na 2ª safra do grão está projetada em 95,5 milhões de toneladas, variação positiva de 5,8% em relação à 2023/24.
Outros grãos
O bom desempenho da soja também influencia na estimativa esperada para a produção total de milho de 122,8 milhões de toneladas, crescimento de 6,1%.
Para o arroz também tem um aumento na área plantada em 6,5%, chegando a 1,7 milhão de hectares. As boas condições climáticas vêm favorecendo as lavouras, permitindo uma recuperação de 7,3% na produtividade média das lavouras, estimada em 7.063 quilos por hectare. Mantendo-se as condições atuais, a estimativa para a produção neste levantamento passa para 12,1 milhões de toneladas.
O feijão também deve registrar um ligeiro aumento na produção total de 1,5% na safra 2024/25, estimada em 3,29 milhões de toneladas. O resultado é influenciado principalmente pela expectativa de uma leve melhora na produtividade média das lavouras, uma vez que a área destinada para a leguminosa se mantém praticamente estável.
Para o algodão, a expectativa é que o aumento na área semeada, estimada em cerca de 2 milhões de hectares, reflita em incremento na produção. A expectativa é de uma boa produtividade média nas lavouras, podendo ser a terceira maior já registrada na série histórica perdendo apenas para os últimos dois ciclos. Nesse cenário, a estimativa é que se colha 3,82 milhões de toneladas da pluma, estabelecendo um novo recorde para o país.
Mercado
A entrada da safra de arroz no mercado mantém a tendência de baixa nos preços pagos aos produtores. Além disso, o aumento de produção estimado pela Companhia garante o abastecimento interno e possibilita uma recuperação nos estoques de passagem do produto mesmo com a expectativa de aumento nas exportações do grão. Estima-se que as vendas de arroz brasileiro ao mercado externo cheguem a 2 milhões de toneladas, e que o estoque de passagem ao final da safra 2024/25 apresente recuperação, com um volume estimado de 1,4 milhão de toneladas ao final de fevereiro de 2026.
Itatiaia