POLICIAL PENAL SUSPEITO DE CORRUPÇÃO NO PRESÍDIO DE FORMIGA É AFASTADO DURANTE OPERAÇÃO DO MPMG

Segundo o Ministério Público, o servidor recebia propina para entregar celulares aos detentos; valores de propina chegaram a R$ 80 mil. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em duas casas do suspeito nesta quarta-feira (23).

Penitenciária de Formiga (MG) ?- Foto: TV Integração/Reprodução

Penitenciária de Formiga (MG) ?- Foto: TV Integração/Reprodução

Um policial penal suspeito de praticar corrupção no presídio de Formiga foi afastado das atividades, na manhã desta quarta-feira (23), durante a Operação "Norton". O servidor, que não teve a idade divulgada, teria recebido propina dos detentos em troca de telefones celulares.

A ação foi realizada pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), e pelas polícias Militar e Civil. Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em duas residências de propriedade do servidor.

De acordo com informações do MPMG, as propinas variavam entre R$ 12 mil e R$ 80 mil, e se destinavam também a presos integrantes de facções criminosas com penas altas a cumprir. O suspeito foi afastado das funções mediante ordem judicial cumprida nesta manhã.

Em entrevista ao MG1 o promotor à frente do caso, Ângelo Ansanelli, explicou o que será feito a partir de agora.

"Vamos proceder a oitiva de presos e agentes se for necessário. Posteriormente, o último ato será ouvi-lo [ policial suspeito ] sobre as denúncias contra ele", disse.

Ângelo disse ainda que o policial penal cometeu o crime de corrupção passiva e quem o ofereceu a propina poderá ser penalizado também, por corrupção ativa. As penas podem variar de 2 a 12 anos de detenção.

Investigações

As investigações iniciaram em outubro de 2020, quando a Polícia Penal levou ao Ministério Público informações que provavam a ação do policial penal que trabalha no presídio de Formiga e recebia valores a título de propina para passar celulares para os detentos.

"Os próprios presos procuraram pelo policial e havia essa negociação. Foi apurado que o policial receberia 50% do valor da propina combinada antes e o restante após ele entregar o celular. Começamos as diligências e conseguimos comprovar que este fato realmente estava acontecendo. Cumprimos mandados de busca e também foi feito o afastamento dele", destacou.

Participaram da operação dois policiais militares, quatro policiais civis e quatro policiais penais, além do apoio do Gaeco Central e Gaeco de Divinópolis.