EMPRESÁRIO CONDENADO POR MORTE DE EX-COMPANHEIRA É ENCONTRADO MORTO EM SÍTIO NA ZONA RURAL DE CALDAS, MG

Empresário João Batista dos Reis, o "João Papelão", foi condenado em 2017 a 18 anos de prisão pela morte da servidora Andrea Araújo de Almeida, em janeiro de 2014, em Poços de Caldas.

João Batista dos Reis é apontado pela polícia como mandante do crime Â- Foto: Arquivo G1

João Batista dos Reis é apontado pela polícia como mandante do crime �- Foto: Arquivo G1

O empresário João Batista dos Reis, o "João Papelão", condenado em 2017 a 18 anos de prisão pela morte da servidora Andrea Araújo de Almeida, em janeiro de 2014, em Poços de Caldas, foi encontrado morto neste domingo (31) no sítio onde residia na cidade vizinha de Caldas (MG).

Segundo informações da Polícia Militar, o corpo do empresário foi encontrado por um vizinho da chácara onde ele morava. O socorro chegou a ser chamado, mas o empresário já estava morto. O corpo foi entregue ao serviço funerário após a presença do perito da Polícia Civil.

Segundo a família, a morte ocorreu por circunstâncias naturais.

Condenação

João Papelão foi condenado em 2017 pela morte da ex-servidora, mas respondia ao processo em liberdade. Outros três acusados de participação no crime foram condenados a penas entre 12 anos e 18 anos de prisão. A mulher que era acusada de contratar os pistoleiros para matar a servidora foi absolvida.

Durante o julgamento, João do Papelão confessou que pagou R$ 50 mil a pistoleiros, mas disse que queria apenas dar um susto na servidora.

Segundo polícia, servidora já estava sendo ameaçada em Poços de Caldas. — Foto: Reprodução EPTV / Michel Diogo


Os acusados

O empresário João Batista dos Reis ficou preso de março de 2014 a setembro de 2015 acusado de ser mandante do crime. Ele foi solto após uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que concedeu liberdade provisória ao suspeito. Desde então, ele aguardava o julgamento em liberdade.

Os outros quatro réus envolvidos no processo tiveram destinos diferentes. Liliane Gonçalves da Silva nem chegou a ser presa. Ela aguardava o julgamento em liberdade. De acordo com as investigações, ela teve a função de contratar os pistoleiros. A versão era rebatida pela defesa.

Ednilson Martins de Souza aguardava julgamento no presídio de Três Corações (MG). Ele era companheiro de Liliane e também é acusado de ter contratado os pistoleiros. Os outros réus são Marcio da Silva Santos, conhecido como Galego, e Luciano Monteiro Santos, o Negão. Ambos foram presos na Bahia e apontados como sendo os pistoleiros contratados para matar a funcionária pública.

Cinco pessoas são suspeitas e serão indiciadas pelo homicídio — Foto: Arquivo G1

Partilha e investigação

Os cinco envolvidos no desaparecimento e assassinato da servidora pública foram apresentados pela Polícia Civil em março de 2014. De acordo com o delegado João Prata, que coordenou toda a investigação na ocasião, o que pode ter motivado o crime foi a partilha de bens.

Segundo o delegado, ele não aceitava os valores pedidos pela funcionária pública. Ambos viveram juntos por 12 anos e ela pedia um acordo de R$ 5 milhões e uma pensão de R$ 10 mil por mês. Ele ofereceu a ela um acordo de R$ 500 mil e uma pensão de R$ 5 mil mensais, o que não foi aceito.

Na época, o suspeito negou participação no crime. "Não mandei matá-la", disse. Mas de acordo com o delegado Hernanni Perez Vaz, o ex-companheiro da vítima teria pago pessoas para executá-la. "A cabeça da Andrea foi colocada a prêmio por R$ 50 mil", destacou. Segundo as informações levantadas pelos policiais, o dinheiro seria dividido em duas partes de R$ 25 mil que iriam para dois suspeitos que vieram da cidade de Cândido Sales (BA) apenas para matar Andrea.

Segundo as investigações, para matar Andrea, João teria contado com a ajuda do casal Ednilson Martins de Souza, conhecido como Paulista, de 37 anos e Liliane Gonçalves da Silva, de 29 anos. A mulher teria trabalhado como faxineira na casa do empresário. A função deles teria sido contratar os matadores, Luciano Monteiro Santos, conhecido como Galego, de 30 anos, já foragido da Justiça por roubo e Márcio da Silva Santos, conhecido como Negão, com passagens pela polícia por explosão de caixas eletrônicos e tráfico de drogas.