QUEIJARIA DE DELFINÓPOLIS É PREMIADA COM 9 MEDALHAS NO 2º MUNDIAL DO QUEIJO
Uma queijaria artesanal de Delfinópolis, no Sul de Minas, chamou atenção pelo número de premiações conquistadas no 2º Mundial do Queijo do Brasil, realizado em São Paulo no último final de semana premiando os melhores queijos do mundo. A Queijaria Reserva do Lago tem apenas dois anos de fundação e faturou nove medalhas na premiação, despontando como uma grande produtora do Canastra, queijos autorais e outros produtos à base de leite cru, como requeijão.
A queijaria da região disputou de igual para igual com produtores de queijos e produtos lácteos de 11 países, como França, Itália, Inglaterra, México e Estados Unidos. Das nove medalhas faturadas pela queijaria dos sócios Thiago Vilela Tristão e Celso Lopes, uma é de ouro (requeijão caipira com raspas de tacho); seis são de prata (dois queijos Canastra de 30 e 60 dias de maturação, dois queijos autorais, um frescal temperado e um requeijão caipira); e duas medalhas de bronze (um Canastra maturado em 30 dias e um queijo autoral feito com leite cru e massa prensada).
"As premiações foram uma grande surpresa, pois nossa queijaria ainda é nova e concorremos com mais de 1,2 mil produtos de 11 países", diz Tristão, recém-chegado de São Paulo feliz com as conquistas.
Agrônomo, Tristão administra a fazenda em Delfinópolis, que fica na região da Mata, a 8km da cidade. Ele resgatou a tradição da família da avó do sócio Lopes, Ernestina Lopes, de 98 anos, que vive no Vale da Gurita e produziu queijos Canastra até os 90 anos.
"O queijo Canastra é um patrimônio histórico e cultural da nossa região. Resgatá-lo é dar continuidade às nossas raízes e manter uma tradição. Cerca de 90% da nossa produção é de queijo Canastra", afirma o agrônomo, que tem participado de cursos para se qualificar na produção dos queijos.
Na queijaria, é produzido o clássico queijo Canastra de várias maturações e ainda o de casca florida. Um diferencial na produção é o queijo autoral, no qual a iguaria agrega um outro produto da região, como no caso do café. Além disso, eles também produzem requeijão caipira, que faturou um ouro no mundial, e manteiga.
Com a boa participação no Mundial, Tristão espera ampliar a venda dos seus produtos e já faz planos para um futuro bem próximo. "Já pensamos em desenvolver novos queijos a fim de preparar para o Mundial da França em 2023. Mais para frente, vamos lançar produtos de charcutaria", adianta.
Novidades
A segunda edição do Mundial do Queijo do Brasil, que ocorreu em São Paulo entre 15 e 18 de setembro, trouxe novidades este ano, premiando não só queijos e produtos lácteos, mas também os melhores queijeiros do país. O evento promoveu três concursos: o 2º Concurso de Queijos e Produtos Lácteos; 1º Concurso de Melhor Queijeiro do Brasil e o 1º Concurso de Melhor Queijista do Brasil.
Na feira, participantes, queijeiros, negociantes e amantes da iguaria não conheceram somente o novo sabor do queijo artesanal brasileiro, com sua diversidade de maturação, estilos e sabores, mas também experimentou iogurtes, manteigas e requeijão. Foram distribuídas 484 medalhas de super ouro, ouro, prata e bronze.
A grande vencedora foi a Suíça, com o tradicional Gruyère Reserve, ficando o Brasil em segundo lugar com a Capril do Bosque, de São Paulo. Outros brasileiros ganharam medalhas super ouro, ouro, prata e bronze, incluindo mineiros do Sul de Minas, como Piumhi e São Roque de Minas, berço do queijo Canastra.
O júri foi formado por 180 jurados, como sommeliers certifcados pela tradicional escola francesa Mons Formation, jornalistas especializados e chefs de cozinha. O Mundial é realizado pela ONG SerTãoBras, com apoio de diversas empresas nacionais e internacionais, além da Guilde International des Fromargers, da França, que já promove concursos reconhecidos mundialmente.