VEJA AS PROPOSTAS DE LULA E BOLSONARO PARA O MEIO AMBIENTE

Promessas foram retiradas de programas de governo, entrevistas, debates e agendas de campanha.

O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro - Foto: Nelson Almeida/AFP

O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro �- Foto: Nelson Almeida/AFP

Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o 2º turno das eleições em 30 de outubro. Durante suas campanhas políticas, os candidatos vêm abordando questões relacionadas ao meio ambiente, como o desmatamento.

Números recentes fornecidos pelo próprio governo federal mostram que é preciso frear o aumento da devastação verificado sob a gestão de Jair Bolsonaro. Os alertas de desmatamento na Amazônia voltaram a subir na atual temporada. No acumulado de 2022, as áreas de alerta de desmatamento já somam 8.590 km².

Na página especial "Propostas dos políticos", o eleitor encontra as principais promessas feitas pelos presidenciáveis para diferentes áreas, como segurança, educação, meio ambiente, infraestrutura, entre outros. Todas as propostas foram retiradas de programas de governo, entrevistas, debates e agendas de campanha.

Veja algumas propostas dos candidatos para o meio ambiente:

Lula (PT)

Lula durante debate no dia 16 de outubro — Foto: Nelson Almeida/AFP

Lula durante debate no dia 16 de outubro — Foto: Nelson Almeida/AFP

Em seu plano de governo, Lula diz que irá combater o desmatamento ilegal e irá conservar todos os biomas brasileiros. Também pretende cumprir as metas assumidas na Conferência de 2015 em Paris e garantir a transição energética.

O documento defende que o governo federal seja "protagonista" dessa transição e se compromete a adotar políticas para incentivar o corte da emissão de gases de efeito estufa, a sustentabilidade nas atividades produtivas e a redução do desmatamento da Amazônia.

Ministérios da Pesca e Povos Originários

"Quero dizer aos pescadores que nós vamos recriar o Ministério da Pesca, porque é uma vergonha um país que tem oito mil quilômetros de costa marítima, que tem 12% de água doce do mundo, a pesca estar ligada ao Ministério da Agricultura."

"Eu vou criar o Ministério dos Povos Originários e o ministro não será um branco como eu. Será um indígena, homem ou mulher. Para que a gente possa valorizar. Pode ser um quilombola, sabe."

Política ambiental

"A política ambiental será tratada de forma transversal, ou seja, todos os ministros terão obrigação com a questão climática. O desmatamento, a gente vai bloquear. As nossas fronteiras, a gente vai tomar conta dela para combater o narcotráfico. Obviamente que isso não pode acontecer em 24 horas, porque você tem que estruturar."

"Quero dizer a vocês [indígenas] que a boiada não vai passar mais. Porque nós temos que criar na sociedade brasileira a consciência de que a manutenção da floresta em pé é mais saudável e rentável do que tentar derrubar árvore para plantar soja, milho, cana, ou para criar gado."

"A gente vai recuperar todas as áreas indígenas, a gente vai proibir qualquer ocupação de garimpo ilegal na Amazônia, qualquer desmatamento de maneira ilegal e qualquer plantação de qualquer produto, seja milho, soja ou cana ou criação de gado em terra que a gente tem que preservar."

"Nós vamos fazer com que a agricultura de baixo carbono possa fazer com que o Brasil receba, quem sabe, muito dinheiro da União Europeia e de outros países, por conta do sequestro de gás de efeito estufa que nós vamos fazer preservando a Amazônia, coisa que você [Bolsonaro] não sabe. Nós vamos tentar fazer da biodiversidade da Amazônia uma forma de enriquecimento daquele povo."

Jair Bolsonaro (PL)

Jair Bolsonaro concede entrevista no aeroporto de Fortaleza antes de evento de campanha — Foto: Camila Lima/SVM

Jair Bolsonaro concede entrevista no aeroporto de Fortaleza antes de evento de campanha — Foto: Camila Lima/SVM

Em seu plano, o candidato Jair Bolsonaro diz que o propósito central de um eventual segundo mandato é "promover a conservação e uso dos recursos naturais" e defende conciliar "a preservação do meio ambiente com o desenvolvimento econômico e social".

A política ambiental adotada durante o governo de Bolsonaro é criticada dentro e fora do Brasil. Durante o mandato dele o país também registrou aumento do desmatamento.

O plano diz que "as queimadas ilegais são assunto da mais alta importância", entretanto coloca em dúvida dados sobre a devastação de florestas ao afirmar que "dependendo do tipo de parâmetro, do tipo de leitura de dados, das estatísticas utilizadas e da tecnologia de imagens adotadas, dentre outros fatores, os resultados podem ser extremamente díspares."

Demarcação de terras indígenas

Bolsonaro disse que ampliar a demarcação de terras indígenas pode ser o "fim da nossa economia" e o "fim da nossa segurança alimentar". O presidente, que paralisou as demarcações em seu governo. "O pessoal tem que ver o que os candidatos pretendem fazer e falam de forma bastante clara. Dobrar a área indígena que está demarcada no Brasil é o fim da nossa economia, é o fim da nossa segurança alimentar."

Agropecuária e pesca

Continuar o programa de efetivar titularização de terras agrícolas. "Queremos que vocês tenham independência do Executivo, que vocês tenham cada vez mais liberdade para trabalhar e produzir para nossa pátria. Fizemos pouco, mas fizemos o possível. Hoje vocês têm uma realidade que é a posse e o porte de arma estendido para o homem do campo."

"Temos a capacidade de aumentar o lado do Brasil em até 40% a sua produção de pescado. Antevendo esse boom, nós já estamos em contato com a equipe econômica para zeramos todo e qualquer imposto para ração para peixes. Nós queremos realmente potencializar o Brasil, potencializar o Paraguai, na piscicultura."

Hidrogênio verde

"Países da Europa já estão em contato conosco atrás do hidrogênio verde. O Brasil será uma grande potência fornecedora de energia de hidrogênio verde. Nós vamos exportar esse hidrogênio verde para a Europa toda. O Brasil é exemplo para o mundo."