DESCOBERTO MECANISMO PARA REVERTER RESISTÊNCIA DE TUMOR À RADIOTERAPIA

Foto: Reprodução Portal Metrópoles

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Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) afirmam ter descoberto um mecanismo capaz de reverter a resistência do tumor cerebral do tipo glioblastoma ao tratamento de radioterapia. Os resultados foram publicados na revista Nature em abril deste ano, e divulgados pela USP na terça-feira (15/8).

O glioblastoma é um tipo de tumor agressivo que atinge o sistema nervoso central (SNC) e se desenvolve no cérebro ou na medula espinhal. Ele representa 15% de todos os cânceres cerebrais e está associado à principal causa de morte entre os pacientes com tumores cerebrais primários.

Atualmente, a principal forma de tratamento é a radioterapia, técnica usada para danificar o DNA das células tumorais, levando-as à morte. Mas uma alta taxa de resistência a essa terapia faz com que o prognóstico do tumor seja "muito ruim", segundo observam os pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da USP. Apenas um em cada dez pacientes sobrevive mais de cinco anos após o primeiro diagnóstico da doença.

Sabe-se que uma das principais responsáveis pela resistência à radioterapia é a proteína supressora de tumor P53. Os cientistas explicam que, em condições normais, a P53 tem um papel central na resposta celular, permitindo o reparo do dano no DNA ou a indução da morte celular quando elas sofrem mutações.

Estima-se que metade dos pacientes portadores de glioblastoma tenham a P53 alterada, prejudicando sua função de combater a sobrevivência dos tumores e de manter a integridade do genoma celular.

Além disso, outra proteína importante para regular a proliferação e diferenciação celular é a Rho GTPase. A substância participa da dinâmica do citoesqueleto de actina – responsável por manter o formato e a integridade da célula e o transporte de proteínas para diferentes regiões – e a motilidade celular. Essas proteínas tendem a ser encontradas alteradas nos tumores do tipo glioblastoma, possibilitando o desenvolvimento deles.