SALÁRIO DE MULHERES É 21,6% MENOR QUE O DE HOMENS EM MINAS, APONTA RELATÓRIO

1º Relatório Transparência Salarial aponta que mulheres negras recebem salário 25,1% menor, em média, que as mulheres brancas./ Foto: Foto: Reprodução.

1º Relatório Transparência Salarial aponta que mulheres negras recebem salário 25,1% menor, em média, que as mulheres brancas./ Foto: Foto: Reprodução.

O 1º Relatório de Transparência Salarial publicado pelo governo federal aponta que as mulheres ganham 21,6% a menos do que os homens em Minas Gerais. No estado, as mulheres negras recebem, em média, 25,1% a menos que as não negras. Entre os homens negros e não negros, a diferença é de 21,7%.

O documento, apresentado nesta segunda-feira, 25, pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres, contém dados extraídos das informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários, perfil exigido por lei para apresentar os dados para o governo federal.

No total, 4.973 empresas mineiras responderam ao questionário. Juntas, elas somam 1,68 milhão de pessoas empregadas. A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, que dispõe sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho de 2023.

A diferença de remuneração entre mulheres e homens varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em Minas Gerais, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença chega a 28,5%.

No recorte por raça, o relatório aponta que há um equilíbrio entre o número de mulheres negras e mulheres não negras nas empresas do levantamento, com registro de 313,8 mil e 307,3 mil, respectivamente. Contudo, mulheres negras recebem, em média, 25,1% a menos que as não negras. Entre os homens negros e não negros, a diferença de remuneração média é menor: 21,7%.

O Relatório também apresenta informações que indicam se as empresas contam com políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.

No caso de Minas Gerais, o relatório registrou que 45,6% das empresas possuem planos de cargos e salários; 41,3% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 35,4% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres; e 29,3% adotam incentivos para contratação de mulheres negras. Poucas empresas ainda adotam políticas como licença maternidade (ou paternidade) estendida (14%) e auxílio-creche (12,6%).

Atualmente, somente 24,1% possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+; 27,2% incentivam o ingresso de mulheres com deficiência; e apenas 5,3% têm programas específicos de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência.

No Brasil, as mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens, de acordo com o 1º Relatório de Transparência Salarial. No total, 49.587 empresas responderam ao questionário – quase 100% do universo de companhias com 100 ou mais funcionários no Brasil. Destas, 73% têm 10 anos ou mais de existência. Juntas, elas somam quase 17,7 milhões de empregados.

A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 25,2%.

No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho, também recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R? 3.040,89, a da não negra é de R? 4.552,45, diferença de 49,7%. No caso dos homens, os negros recebem em média R? 3.843,74 e os não negros, R? 5.718,40, o equivalente a 48,77%.