1° REMÉDIO QUE FAZ NASCER NOVOS DENTES SERÁ TESTADO EM HUMANOS

Foto: Ilustração

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Pesquisadores japoneses desenvolveram um remédio que faz crescer dentes. Os testes em camundongos foram bem sucedidos e a equipe responsável agora se prepara para começar o teste em humanos. A expectativa é que o medicamento esteja pronto para o uso em 2030, segundo o jornal japonês The Mainichi.

A inovação é destinada às pessoas que sofrem de anodontia ou agenesia – doenças de origem genética que levam à ausência de dentes. Para quem sofre dessas condições, atividades simples como mastigar, engolir e falar são um desafio.

"A ideia de cultivar novos dentes é o sonho de todo dentista. Trabalho nisso desde que era estudante de pós-graduação. Estava confiante de que seria capaz de fazer isso acontecer", disse Katsu Takahashi, pesquisador principal e chefe do departamento de odontologia e cirurgia oral do Medical Research Institute Kitano Hospital, na cidade de Osaka.

Início das pesquisas

Em 2005, pesquisadores descobriram que os camundongos com um maior número de dentes não tinham um determinado gene. Eles também viram que a USAG-1, sintetizada por esse gene, era a responsável por limitar o crescimento dos dentes nos animais.

A equipe de pesquisa de Takahashi desenvolveu um medicamento que era capaz de bloquear a ação dessa proteína e, assim, permitir que mais dentes cresçam. Em um experimento de 2018, o resultado positivo veio. Novos dentes nasceram em camundongos que tomaram o remédio.

A novidade foi publicada em um artigo científico nos Estados Unidos, em 2021, e chamou a atenção como o início do primeiro medicamento de regeneração dentária do mundo. Agora, o medicamento será testado em humanos. Uma vez confirmado que não há efeitos colaterais prejudicais para a saúde, o novo remédio será destinado a crianças de 2 a 6 anos com anodontia.

Terceira geração de dentes

Supõe-se que os humanos tenham duas gerações de dentes durante a vida - os de leite e os permanentes. Mas, há evidências de que existam "brotos" para que um terceiro conjunto nasça. Segundo Takahashi, a capacidade de desenvolver um terceiro conjunto foi perdida com o tempo.

O desenvolvimento do medicamento pode ser um divisor de águas na odontologia. O nascimento de novos dentes pode evitar que aparelhos dentários ou dentaduras sejam necessários. "De qualquer forma, esperamos ver um momento em que a medicina para regeneração dentária seja uma terceira opção ao lado de dentaduras e implantes", disse Takahashi.