PACIENTE COM DENGUE DEVE RETORNAR AO MÉDICO NO 5º DIA

Foto: Ilustração

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O secretário de Estado de Saúde de Minas, Fábio Baccheretti, mostrou preocupação com o atendimento ao paciente com dengue após a fase aguda da doença. Ele pediu que esses pacientes voltem ao médico no quinto dia de sintomas, quando a febre baixa e ocorre aparente melhora, para identificar os quadros graves o mais precocemente possível.

"Estamos em uma fase, hoje, em que temos de pensar no paciente. Todos sabemos os cuidados com a água parada, e isso tem de continuar. Mas precisamos focar o atendimento do paciente. A morte por dengue tem de ser considerada por nós uma morte evitável. O tratamento deve ser feito no tempo certo", afirmou Baccheretti.

"Dentro do sistema, da organização da saúde, esse é um ponto muito importante. A gente vê muitas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) cheias, postos cheios, os pacientes sendo atendidos na fase aguda da doença, com febre alta, dor de cabeça, dor no corpo. Mas não é ali o ponto que nos aflige. O que nos preocupa mais é a conversão desse paciente para a dengue hemorrágica", disse, ontem, durante coletiva transmitida em uma rede social da instituição.

"Essa conversão (para a dengue grave) ocorre alguns dias depois que o paciente foi embora", alertou o secretário de Estado de Saúde. Ele reforçou que o retorno no quinto dia de sintomas é importante para garantir que o paciente não vai ter o quadro agravado. "É ali que acontece a piora", afirmou.

Baccheretti explicou que, ao contrário do que muitos pensam, a dengue hemorrágico não é sangramento. "O choque hemorrágico ocorre, basicamente, quando o líquido sai dos vasos sanguíneos e a pressão despenca", disse. Nesses casos, complementou, é necessário usar soro na veia do paciente e medicação específica para aumentar a pressão arterial.

Sobre o aumento de casos de dengue em Minas, Baccheretti disse que "é superimportante entender dois pontos". Um deles é que há dois sorotipos de dengue circulando fortemente no Estado atualmente: o tipo 1, como nos anos anteriores, e o tipo 2, novidade agora em 2024. Ele citou ainda o tipo 3, que está voltando a circular em Minas e no Brasil. "A gente tem de ficar de olho", disse. É que a população mineira está mais suscetível aos vírus 2 e 3, já que teve contato nos últimos anos apenas com o tipo 1.

Esse "volume total de pacientes", ele diz, está maior e veio mais precocemente. Esse é o outro ponto de atenção. De acordo com o secretário, Minas teve um ano epidêmico em 2023 e, por isso, a infecção precoce de outro sorotipo já em 2024 traz o risco de casos mais graves.