CHICAGO E DÓLAR OPOSTOS IMPACTAM PREÇOS DA SOJA NO BRASIL

Mercado não conseguiu sustentar o movimento de recuperação das últimas duas sessões na bolsa. Espera de relatório do USDA centraliza atenções

Foto: Daniel Popov/ Canal Rural

Foto: Daniel Popov/ Canal Rural

O mercado brasileiro de soja teve um dia de calmaria. A movimentação não trouxe novidades, com preços de estáveis a mais baixos nesta terça-feira (5). Assim, foram poucos volumes comercializados.

A Bolsa de Chicago e o dólar trabalharam em lados opostos. A maior parte dos negócios foi realizada na modalidade "a fixar", quando os preços são acertados posteriormente.

Confira o preço da soja

  • Passo Fundo (RS): seguiu em R$ 114
  • Região das Missões: estabilizou em R$ 113,50
  • Porto de Rio Grande: caiu de R$ 119 para R$ 118,50
  • Cascavel (PR): desvalorizou de R$ 111 para R$ 110
  • Porto de Paranaguá (PR): decresceu de R$ 119 para R$ 118
  • Rondonópolis (MT): seguiu em R$ 105
  • Dourados (MS): se manteve em R$ 103
  • Rio Verde (GO): permaneceu em R$ 104

Bolsa de Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a terça-feira com preços mais baixos.

O mercado não conseguiu sustentar o movimento de recuperação técnica das últimas duas sessões. O cenário fundamental voltou a predominar, com os agentes buscando um melhor posicionamento frente ao relatório de março do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

A colheita avança bem no Brasil e, apesar dos problemas com clima, cerca de 150 milhões de toneladas da oleaginosa estão ingressando no mercado, de acordo com a consultoria Safras & Mercado.

Já a Argentina deverá colher ao menos 50 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, a sinalização inicial é de aumento de área na próxima temporada.

Até mesmo o principal comprador mundial da oleaginosa deverá aumentar o cultivo. A China expandirá a sua produção de oleaginosas, em um movimento para aumentar a segurança alimentar da segunda maior economia do mundo, de acordo com um relatório de trabalho oficial divulgado nesta terça-feira.

Relatório USDA

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deverá elevar a sua estimativa para estoques finais e safra de soja em 2023/24 nos Estados Unidos. Os números serão divulgados nesta sexta (8), às 14h.

Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em estoques americanos de 319 milhões de bushels em 2023/24. Em fevereiro, a previsão ficou em 315 milhões de bushels.

Em relação ao quadro de oferta e demanda mundial da soja, o mercado aposta em estoques finais 2023/24 de 114,5 milhões de toneladas, contra 116 milhões de toneladas estimadas em fevereiro.

Para a safra do Brasil, a aposta é de que o número recue de 156 para 152,5 milhões de toneladas. Para a Argentina, o mercado aposta em número de 50,2 milhões, acima dos 50 milhões indicados em fevereiro.

Contratos futuros

Os contratos da soja em grão com entrega em maio fecharam com baixa de 6,00 centavos de dólar, ou 0,51%, a US$ 11,49 por bushel. A posição julho teve cotação de US$ 11,59 por bushel, com perda de 6,25 centavos ou 0,53%.

Nos subprodutos, a posição maio do farelo fechou com baixa de US$ 3,60 ou 1,07% a US$ 329,90 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em maio fecharam a 45,04 centavos de dólar, com baixa de 0,13 centavo ou 0,28%.

Câmbio

O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,16%, sendo negociado a R$ 4,9550 para venda e a R$ 4,9530 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,9395 e a máxima de R$ 4,9615.