CASAL É PRESO POR SUSPEITA DE ESPALHAR BOATO SOBRE ABUSO INFANTIL E INCENTIVAR MORTE DE HOMEM INOCENTE

Crime ocorreu no dia 4 de janeiro de 2021, em Belo Horizonte. Polícia Civil diz que os pais inventaram que o filho foi abusado para não pagar dívida com o cuidador da criança.

Coletiva da Polícia Civil de Minas Gerais nesta quinta-feira (14) - Foto: Divulgação/PCMG

Coletiva da Polícia Civil de Minas Gerais nesta quinta-feira (14) �- Foto: Divulgação/PCMG

A Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira (14), um casal suspeito de incentivar a morte de um homem que foi falsamente acusado de cometer um abuso infantil. A mulher, de 26 anos, e o companheiro, de 24, foram encontrados no bairro Santa Amélia, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte.

O crime ocorreu no dia 4 de janeiro de 2021, na Vila do Índio, na Região de Venda Nova. De acordo com a instituição, a vítima foi surpreendida na casa de um vizinho por três traficantes, arrastada para fora do imóvel e assassinada no meio da rua, com cerca de 20 tiros na parte superior do corpo.

As investigações revelaram que o homem, de 38 anos, cuidava da criança de 4 anos do casal. Os pais afirmaram que o filho teria passado a se queixar de um possível abuso e começaram a espalhar boatos sobre o ocorrido na comunidade.

No entanto, os supostos relatos foram a maneira que eles encontraram para não pagar pelo serviço do cuidador, com quem tinham uma dívida de R$ 200. Os suspeitos ainda teriam instigado a morte dele, ao provocar criminosos do aglomerado.

Delegada Lígia Barbieri Mantovani, titular da 3ª DHPP de Venda Nova — Foto: Divulgação/PCMG

Delegada Lígia Barbieri Mantovani, titular da 3ª DHPP de Venda Nova — Foto: Divulgação/PCMG

"Há indícios de que quem ventilou a notícia no aglomerado e reclamou aos traficantes locais sobre a suposta conduta da vítima, pedindo "providências", teria sido os próprios pais da criança", explicou a delegada Lígia Barbieri Mantovani, titular da 3ª Delegacia Especializada de Investigação de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) de Venda Nova.

Segundo a instituição, não houve comprovações de abuso ou maus-tratos. Com o avanço do inquérito, a Polícia Civil solicitou à Justiça os mandados de prisão temporária contra o casal.

Os dois foram encaminhados ao sistema prisional, e as investigações continuam para o total esclarecimento do caso. Ambos já tinham registro policial por tráfico de drogas.